quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Incertezas


A luz do prisma daquele CD no criado mudo estava em meus olhos, mas que droga. A única fresta na cortina marrom caqui carregava consigo um pequeno raio de sol, irritante e incomodo. Estava no décimo dia desde que ela se fora, o décimo dia em que um lado da cama não recebia o calor e era principalmente o décimo dia de tantos outros em que eu acordara em lágrimas.
Não possuo mais nada além da minha bem sucedida empresa, afinal nem sei por que ainda não me aposentara, o dinheiro não irá me faltar nunca. A vida é tão igual, todos os dias eu faço as mesmas coisas, todos os dias eu me perco na angustia existente em mim.
A luz do prisma daquele CD no criado mudo estava em meus olhos, mas que droga, eu o esquecera ali novamente. A única fresta na cortina marrom caqui carregava consigo um pequeno raio de sol, irritante e incomodo. Estava no décimo primeiro dia desde que ela se fora, o décimo primeiro dia em que um lado da cama não recebia o calor e era principalmente o décimo primeiro dia de tantos outros em que eu acordara em lágrimas.
Porém hoje será diferente. Lentes? Não preciso delas. Peguei a caixinha de lentes e joguei na privada, comecei a rir, a visão estava embaçada.  Tomei um banho, mas não me enxuguei, vesti uma roupa qualquer e fui para a cozinha. O telefone! Pedi peixe frito. Afinal hoje era um dia meu.
Enquanto o peixe não vinha eu fui à padaria buscar pão para acompanhar o peixe e energético para descer bem. Foi o que fiz, logo após comer segui para a empresa com meu sedam caro. Um barulho estridente e uma dor lancinante me indicaram que eu havia batido em algo, abri a porta e tonto comecei a ir andando para o escritório, não ligando para as pessoas em volta e muito menos para o dono do outro carro.
O escritório não me atraia tanto quanto uma boa caminhada, andei e andei virando em todos os lugares, mas sai fora da cidade, voltando para as retas novamente. Sempre e sempre eu volto, odeio isto. Vaguei por meses e meses sem dormir, esperando a hora certa para começar a andar e procurar por algo que nem eu sabia o que era.
Certo dia eu chegara a uma encruzilhada no meio do nada, no meio havia um pássaro bem colorido e ele gritava palavras de ajuda. Não havia ficado louco, isso não, o pássaro estava falando bem fracamente, estava machucado gravemente.
— Sei da sua estória meu senhor, tentei fazer a mesma coisa, mas no fim eu acabei assim. Volte para o recomeço e me leve junto.
Uma pena colorida caiu de seu corpo e uma leve brisa a soprou até meu pé, assenti com a cabeça que eu iria fazer e o pássaro fechou seus olhos para sempre.
A luz do prisma daquele CD no criado mudo estava em meus olhos, mas que droga. A única fresta na cortina marrom caqui carregava consigo um pequeno raio de sol, irritante e incomodo. A pena sempre do meu lado, era o décimo segundo dia em que eu não acordara em lágrimas.

Nossas certezas nada mais são que pequenos pontos em uma grande malha, você sempre irá mudar e mudar, andar e andar até encontrar seu pássaro colorido.”

 D Luppus

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