terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Existem poucas coisas das quais gosto, muitas que ainda odiarei, porém ficarão para sempre no passado.. as que ainda amo.


Ao abrir os olhos vagamente vejo o quarto com paredes de tons amarelos desarrumado, os móveis em cor de mogno separados pelas paredes, inclusive a cama em que me encontro deitado, ao lado da única janela do cômodo pequeno. As gotas da chuva resvalam em intervalos regulares no vidro, caindo após um intervalo de tempo. Dói ver aquele percurso tortuoso por me lembrar da minha dependência por afeto, as pequenas gotículas de água são como as pessoas a minha volta que vão saindo de cena conforme o tempo pelos mais diversos motivos.
A cama faz um leve ruído ao me levantar, a madeira já não é tão resistente assim como meu coração. A visão turva percorre o cômodo a procura de algo diferente, mas volta como sempre ao piso branco abaixo de meus pés. Sinto uma golfada no peito, as lágrimas logo envolvem a borda dos olhos castanhos.
”Como sou fraco.”
”O porque de eu não conseguir decidir? Sempre tão indiferente a tudo, sempre tão indeciso. Como sou imbecil falando palavras que sempre irão se perder sobre as ondas, como é dificíl tentar ser diferente quando você se pega pensando no igual.”
”Hoje é um dia em que minha mente começa a se tornar uma armadilha para ela mesma, um veneno dolorido e letal, que irá me matar pouco a pouco se ninguém puder me ajudar.”
Aqui, neste eterno repouso desejo que me encontre. Com um movimento, os olhos se fecharam e o corpo que conhecia a ação se pos à deitar na cama, deixando o torpor dos pensamentos o dominarem com aceitação até que uma das 6 bilhões de almas me devolva a vontade de viver… Porque esse é o meu destino: existem poucas coisas das quais gosto, muitas que ainda odiarei, porém ficarão para sempre no passado.. as que ainda amo.

 D Luppus

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